sexta-feira, 27 de julho de 2012

Identidade e Propósito - Bill Johnson



Nossa identidade nesse mundo

Enquanto maior parte da igreja esta tentando se tornar tal como Jesus ERA, a bíblia declara; "Segundo ele É, também nós somos nesse mundo" ( 1 Joao 4:17).

Jesus foi o servo sofredor, cujo destino foi a cruz. Mas Jesus ressuscitou triunfantemente, ascendeu aos céus, e foi glorificado. Na revelação de Jesus Cristo, isto é, no livro do apocalipse, Joao o descreveu da seguinte maneira; a sua cabeça e cabelos eram brancos como a alva lã, como neve; os olhos como chamas de fogo; os pés, semelhante ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como de muitas águas."
A declaração: "segundo ele é, também nos somos nesse mundo" esta distante do que qualquer um de nos possa imaginar, especialmente a luz dessa descrição de Jesus glorificado feita no apocalipse. Contudo, o espírito santo foi enviado especificamente com esse propósito, ou seja, para que alcançássemos a "medida da estatura da plenitude de Cristo".

O Espirito Santo veio com uma missão fundamental e no tempo certo. Durante o ministério de Jesus foi dito que: "O espirito santo ate aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia ainda sido glorificado". O espirito santo nos conforta, nos dá os dons espirituais, nos faz lembrar do que Jesus disse, e nos reveste com poder. E ele faz tudo isso para que sejamos tal como Jesus. Esse é o seu principal objetivo. Assim, porque o Pai não O enviou antes de Jesus ser glorificado? Porque antes de Jesus estar em seu estado glorificado não havia um modelo celestial para nós! Assim como um escultor olha para um modelo e trabalha com a pedra para produzir uma semelhança, assim o Espirito Santo olha para o Filho glorificado e nos molda segundo a Sua imagem. Segundo Ele é, também nós somos nesse mundo.

A Vida Cristã

A vida Cristã não se encontra na Cruz. Ela é encontrada por causa da Cruz. É a ressurreição do Senhor que traz energia para o crente. Será que isso diminui o valor da cruz? Não! O sangue derramado do Cordeiro sem mácula acabou com o poder da presença do pecado em nossa vida. Não temos nada sem a cruz! Contudo, a cruz não é um fim, é um início, é a entrada para a vida cristã. Até para Jesus a cruz foi algo que ele teve que suportar para que pudesse obter a alegria do outro lado! "Os Cristãos em sua maioria ainda estão chorando aos pés da Cruz. A consciência da humanidade permanece fixada no Cristo que morreu, não no Cristo que vive. As pessoas estão se voltando para o Redentor que era, não ao Redentor que é.

Suponha que eu tivesse sido perdoado de uma divida financeira. Poder-se-ia dizer que eu fui tirado do saldo negativo. Entretanto, depois das minhas dividas terem sido perdoadas, eu ainda não estou no positivo. Não tenho nada ainda, até aquele que perdoou minhas dividas me dê algum dinheiro para que eu possa entrar no saldo positivo. Foi isso que Cristo fez por você e por mim. O seu sangue eliminou a minha divida do pecado. Mas a sua ressurreição levou-me para o "saldo positivo".

Por que isso é importante? Porque isso altera profundamente o nosso senso de identidade e propósito.

Jesus tornou-se pobre para que eu me tornasse rico. Ele sofreu com as chibatadas que lhe causaram as pisaduras para que eu me libertasse de toda aflição, e Ele tornou-se pecado para que eu me tornasse a justiça de Deus. Porque, então, deveria eu procurar tornar-me como ele era, uma vez que ele sofreu para que eu pudesse tornar-me como ele é? Em algum ponto a realidade da ressurreição de Jesus tem que vir a fazer parte da nossa vida; temos de descobrir o poder da ressurreição que há para todo aquele que nele crê.

A Contrafação da Cruz

Jesus disse: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me." O não entendimento desse chamado tem levado muitos a seguir a sua vida de negação a si mesmo, mas param por ai, não prosseguindo para a sua vida de poder. Para tais pessoas a caminhada para a cruz resume-se em procurar crucificar a sua natureza pecaminosa assumindo uma postura de quebrantamento desprovido de alegria como evidencia da cruz. Mas temos que seguir o Senhor por todo o caminho que Ele percorreu, até alcançarmos um estilo de vida cheio do poder da ressurreição!

Quase toda religião tem uma cópia da caminhada para a cruz. Negação de si mesmo, humilhar-se e outras posturas semelhantes são copiadas pelas seitas desse mundo. As pessoas do mundo admiram aqueles que tem disciplinas religiosas. Elas aplaudem o jejum e respeitam aqueles que assumem a pobreza ou suportam enfermidades para o bem da sua espiritualidade. mostre-lhes porém, uma vida plena de alegria por causa do poder transformador de Deus, e elas não apenas aplaudirão, mas também desejarão ser como você. A religião não tem como imitar a vida de ressurreição com a sua vitoria sobre o pecado e o inferno.

Quem toma uma cruz inferior fica constantemente com muita introspecção e com um sofrimento por si mesmo induzido. Mas a cruz não é auto-aplicada; Jesus não se encravou a si mesmo na cruz - ele foi crucificado. Os cristãos que caem na armadilha dessa contrafação constantemente ficam falando de sua fraqueza. Se o diabo nos encontra sem nenhum interesse pelo mau, então ele procura fazer com que direcionemos nossa atenção em nossa indignidade e em nossa falta de capacidade. Isso se nota, em especial, em reuniões de oração em que as pessoas procuram apresentar um grande quebrantamento diante de Deus, esperando assim conseguir um avivamento. Chegando até mesmo a confessar de novo velhos pecados já confessados, "em busca de uma real humildade"...
Em minha busca por Deus, muitas vezes fiquei preocupado comigo mesmo! Era-me fácil pensar que a condição de humildade, seria estar sempre consciente de minhas próprias falhas e fraquezas. Mas não é nada disso! Se eu me torno o principal enfoque da minha atenção, falando incessantemente da minha fraqueza, então o que fiz foi entrar na forma mais sutil de orgulho. A repetição de frases, tais como, "não sou digno" torna-se uma repugnante substituição das declarações sobre a dignidade de Deus. Por estar totalmente voltado para a minha própria condição de iniqüidade, de falta de retidão, o inimigo conseguiu fazer com que eu deixasse de prestar um eficaz serviço ao Senhor. É uma percepção da verdadeira santificação a situação em que, por um processo de introspecção, aumento a minha alto-estima espiritual, mas faço com que a minha eficácia na demonstração de poder do evangelho diminua.

O verdadeiro quebrantamento causa uma completa dependência a Deus, movendo-nos a uma radical obediência que libera o poder do evangelho ao mundo ao nosso redor.

Motivações Impuras

Lutei muito tempo com a auto-avaliação. O principal problema era que eu nunca encontrava nada que fosse bom em mim. Isso sempre me causava desânimo, o que me leva a a dúvida, que acabava se transformando em incredulidade. De algum modo eu havia desenvolvido a noção de que era assim que eu me santificaria - demonstrando uma tremenda atenção às minhas próprias motivações.

Depois de muitos anos em que procurei fazer o que somente ele poderia fazer, descobri que eu não era o Espirito Santo. Não posso convencer-me e libertar-me, eu mesmo, do pecado. Pode soar um tanto estranho, mas eu não mais analiso as minhas motivações. Isso não compete a mim. Procuro dar duro para obedecer a Deus em tudo o que tenho que fazer. Se me afastei em algum ponto, confio no Senhor em me mostrar isso. Será que isso então significa que eu nunca deva considerar minhas motivações impuras? Não! Ele, com muito ímpeto, tem me mostrado a minha necessidade de arrependimento e mudança. Mas, é Ele quem tem a luz, e somente Ele pode dar-me a graça para mudar.

Há uma grande diferença entre o crente que esta sendo tratado por Deus, e aquele que se tornou introspectivo. Quando Deus sonda o coração, Ele sempre encontra algo que ele quer mudar. Ele traz convicção porque Ele se dispôs a nos libertar.

Contrapondo-se a Contrafação

Creio que, na maioria das vezes, as pessoas deixam-se levar por essa contrafação da caminhada para a cruz porque não requer fé. É fácil ver a minha fraqueza, a minha propensão para o pecado, minha incapacidade para ser como Jesus. Para confessar essa verdade não é necessário ter fé, absolutamente. Mas o contrario acontece quando se trata de ter que considerar-me morto para o pecado: tenho que ter fé, tenho que crer em Deus!

Portanto, quando você estiver fraco, declare: "sou forte!", concorde com Deus, não importando como você se sinta, e descubra o poder da ressurreição. Sem fé é impossível agrada-Lo. E o meu primeiro exercício de fé tem de ser com respeito à minha postura perante Deus.

"Quem sou eu?" Foi a resposta de Moises quando Deus lhe conferiu um nobre encargo, o de tirar o povo do Egito. Deus mudou de assunto dizendo: "Eu serei contigo!".

Quando a nossa atenção concentra-se no que nos falta, o Pai procura mudar de assunto para algo que nos leve a Ele mesmo. O nobre chamado com que somos chamado sempre revela a nobreza daquele que nos chamou.

Quando começaremos a pensar sobre o quanto valemos diante de Deus? O valor de alguma coisa é medido pelo quanto as pessoas pagarão por tal coisa; isso é uma verdade que todos nós aceitamos. Assim, temos que repensar qual é o nosso valor. Será que já reconhecemos quem somos aos olhos de Deus? Não me entenda mau; não estou incentivando a arrogância. Sem Cristo somos indignos. E é verdade que, sem ele, nada somos. Mas, eu não estou sem Ele, e nunca mais o estarei!

Não seria uma honra para ele se nós realmente acreditássemos que somos quem ele diz que somos? E que o Senhor de fato um dia fez uma grande e suficiente obra, ao salvar-nos, e que assim realmente estamos salvos? Jesus pagou um preço supremo para possibilitar uma mudança em nossa identidade. Não esta na hora de crermos e recebermos os benefícios? Se assim não fizermos nós, aqui nesse mundo dos últimos dias, vamos sucumbir em nossa confiança.

A ousadia de que necessitamos não é uma autoconfiança, mas a confiança que o Pai tem na obra de seu Filho por nós. Não é mais uma questão de céu ou inferno. É apenas uma questão de o quanto do pensamento do inferno permitirei que entre em minha mente celestial.

Bill Johnson
Quando o Céu Invade a Terra

2 comentários:

Unknown disse...

Nossa, isso é muito forte. Escrito em 2012 e estou lendo hoje 29.01.2014 dia do meu aniversário. Melhor presente que Deus me deu, o entendimento de quem eu sou pra Ele. Deus abençoe sua vida irmão.

Anônimo disse...

Maravilhoso...e eu lendo agora 25/06/22...obrigada Papai!