segunda-feira, 23 de julho de 2012

A Manifesta Presença de Deus - Mike Bickle Parte 2

Exemplos Bíblicos da Manifesta Presença de Deus

A base para a ocorrência de fenômenos físicos e manifestações visíveis vem desta doutrina bíblica da manifesta presença de Deus. A seguir, mais alguns exemplos bíblicos desta manifesta presença de Deus em operação:

Daniel perdeu os sentidos, sem forças, aterrorizado pela presença de Deus (Dn 8.17; 10.7-10,15-19).
Fogo do céu consumiu os sacrifícios (Lv 9.24; 1 Rs 18.38; 1 Cr 21.26).
Os sacerdotes não puderam ficar de pé diante da glória de Deus (1 Rs 8.10,11).
Salomão e os sacerdotes não puderam permanecer ali de pé, por causa da glória de Deus (2 Cr 7.1-3).
O Rei Saul e seus homens antagonísticos foram tomados pelo Espírito e começaram a profetizar ao se aproximarem do acampamento dos profetas (1 Sm 19.18-24).
A sarça que ardia, mas não se consumia (Êx 3.2).
Trovões, fumaça, tremores de terra, sons de trombetas e vozes no Monte Sinai (Êx 19.16).
Moisés viu a “glória de Deus” passar por ele; a face de Moisés brilha sobrenaturalmente (Êx 34.30).
Jesus e suas vestes brilham sobrenaturalmente, a nuvem sobrenatural e a visita de Moisés e Elias (Mt 17.2-8).
O Espírito Santo desce em forma de pomba (Jo 1.32).
Guardas incrédulos caem por terra (Jo 18.6).
Pedro e Paulo entraram em êxtase e viram e ouviram coisas no mundo espiritual (At 10.10; 22.1).
Saulo de Tarso viu uma luz brilhante, caiu de seu cavalo, ouviu Jesus audivelmente e ficou cego temporariamente (At 9.4).
João caiu como morto, sem força física, e viu e ouviu coisas no mundo espiritual (Ap 1.17).
Uma virgem concebe o Filho de Deus (Lucas 2.35).
Um Novo Exame da Controvérsia em Corinto

Em 2 Coríntios 5.12-13, Paulo descreve uma controvérsia entre os crentes professos em Corinto:

Não estamos tentando novamente recomendar-nos a vocês, porém lhes estamos dando a oportunidade de exultarem em nós, para que tenham o que responder aos que se vangloriam das aparências e não do que está no coração. Se enlouquecemos, é por amor a Deus; se conservamos o juízo, é por amor a vocês (2 Co 5 12-13).

Paulo estava desafiando a mentalidade de algumas pessoas que olhavam para as aparências externas e não discerniam corretamente a essência de uma determinada questão. Ele estava exortando seus leitores a tirar proveito máximo de uma oportunidade que a providência de Deus lhes estava concedendo.
Que problema foi esse? O versículo seguinte nos diz. Paulo revela que a controvérsia girava em torno de dois diferentes estados gerais que ele e outros crentes experimentavam periodicamente. O primeiro modo de existência foi o que chamou de “enlouquecer”. Esta palavra, no grego, só é usada no Novo Testamento na ocasião quando as pessoas de Nazaré acusaram Jesus de estar louco.
Interessante que a palavra extasiado vem de uma palavra em latim que quer dizer “estar fora de si”. Paulo, aparentemente, se referia ao que tradicionalmente é conhecido como experiências e fenômenos espirituais extáticos. Ele estava exortando os crentes de Corinto a não se escandalizarem com esta santa e genuína atividade do Espírito que não parecia “respeitável” ou nem mesmo “racional”. Pelo contrário, desafiou-os a “exultar”, ou seja, regozijar grandemente por tais visitações estarem ocorrendo entre eles, liberando maior paixão por Deus em seus corações.
A história da igreja é cheia de testemunhos de tais experiências com o Espírito, em muitos séculos diferentes e em numerosas e diversas culturas. Paulo contrasta este estado de existência com o “conservar o juízo” – e todos sabemos o que é o oposto de estar “ajuizado” ou “sóbrio”.
De fato, Paulo sabia o que era estar embriagado do Espírito Santo. É por isto que até comparou a embriaguez com vinho a estar continuamente cheio do Espírito Santo: “Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito” (Ef 5.18).  Deus inventou o estado original e legítimo de estar “alto” ou “enlevado”, e é induzido espiritualmente, não de forma natural ou química.
“Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17). A alegria é uma das características fundamentais da experiência cristã. A alegria do Senhor é a nossa força. Temos a promessa do óleo de alegria no lugar do pranto. Devemos servir o Senhor com alegria.
Jesus prometeu nos dar a sua alegria, e Ele foi ungido com o óleo de alegria mais do que a seus companheiros. Certamente, a alegria do Senhor é mais profunda que nossos sentimentos ou comportamento, mas pensar que essa alegria sobrenatural poderia ou deveria nunca transbordar para entrar na esfera das nossas emoções e afetar nossas áreas físicas e comportamentais seria totalmente ridículo.
Alegria visível nos crentes talvez seja a melhor propaganda do Evangelho. Os não convertidos talvez não queiram tomar o tempo para ouvir nossos sermões sobre justiça. Talvez não tenham interesse em perguntar-nos acerca de nossa experiência de paz interior. Mas será muito difícil que ignorem a alegria que repousa sobre nós pela unção do Espírito Santo.
Por isso, a mídia deu tanta atenção ao “avivamento do riso” que ocorreu no meio da década de 90. Deus usa a realidade da alegria que cobre os cristãos cheios do Espírito Santo como forma de intrigar os incrédulos, a fim de que sejam mais abertos para ouvir a mensagem do evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
O livro de Joel também usou a analogia do vinho quando fala do derramamento do Espírito. E, claro, Pedro interpretou profeticamente o que estava ocorrendo no dia de Pentecostes como um cumprimento, pelo menos parcial, da profecia de Joel. Naquele dia, os espectadores acusaram as 120 pessoas cheias do Espírito Santo de estarem embriagados com vinho.
Provavelmente, o que viram ali aquele dia foi um pouco além de uma cena de pessoas contidas, estóicas e sérias falando em outras línguas – era de gente tomada e inundada pela manifesta presença do Deus vivo! É totalmente consistente com a natureza de Deus usar algo simples e profundo como a alegria, entre outras coisas, e seus efeitos sobre as pessoas, para cativar a atenção espiritual dos incrédulos esgotados, entediados e endurecidos da nossa geração. “Manda mais, Senhor!”
Queremos ressaltar, também, que de modo algum pensamos que este atual mover de vida nova do Espírito será limitado à experiência da alegria. O relato em Atos 2 não é apenas o registro histórico do que aconteceu em Jerusalém no primeiro século, mas também uma revelação divina do que sucede quando a plenitude do Espírito Santo vem em determinado tempo e lugar.
Naquela visitação de Deus houve manifestações de vento, fogo e vinho do Espírito. Antes que Ele termine, haverá “sangue, fogo e nuvens de fumaça”.
O “fogo de Deus”, na convicção de pecados, intercessão apaixonada e temor do Senhor, junto com os “ventos de Deus”, em eventos públicos sobrenaturais e conseqüentes conversões em massa, também serão restaurados na igreja.
Além de ver o povo de Deus renovado, queremos também que os cegos vejam, os surdos ouçam, os paralíticos andem, os mortos sejam ressuscitados e o evangelho seja pregado com poder aos pobres. Ansiamos por ver o surgimento de comunidades maduras, com vida interior, sem necessidade de métodos ou pressões externas, que se multiplicam constantemente em novas congregações, e que praticam o amor de Deus, no rastro dos avivamentos espirituais.
Se uma visitação de Deus não for além de mero “risos santos”, então somos as pessoas mais dignas de pena na face da terra. Não nos conformemos com tão pouco quando Deus está nos oferecendo tanto além disso.


Testando os Fenômenos e Manifestações Espirituais

A Bíblia não relata todas as possíveis atividades e/ou experiências sobrenaturais e legítimas que já ocorreram ou que ainda poderão ocorrer entre os homens e as nações. Ao invés disso, ela nos dá um registro de exemplos de atividade divina e legítimas experiências sobrenaturais que se classificam em categorias amplas e típicas da ação do Espírito Santo. Este conceito é exposto em João 21.25, onde o evangelista declara que se todas as maravilhas que Jesus operou tivessem sido registradas, nem todos os livros do mundo poderiam contê-las.
Em nenhum lugar a Bíblia diz que Deus está limitado a fazer apenas aquilo que já fez antes. Na verdade, há muitas profecias nas Escrituras que declaram que Deus fará coisas que nunca fez anteriormente.
Deus é sempre livre para fazer coisas inéditas, consistentes com seu caráter revelado nas Escrituras. Um amigo nosso disse: “Deus tem um pequeno ‘problema’, sabe – Ele acha que é Deus!” Verdadeiramente, Ele é Deus e pode fazer qualquer coisa que quiser.
A única coisa que a Bíblia diz ser impossível para Deus é mentir. Devemos tomar muito cuidado antes de dizer que Deus jamais faria isso ou aquilo. Ele nunca teve o hábito de pedir nossa permissão acerca de algo que resolveu dizer ou fazer. Lembremo-nos de como Ele confrontou Jó quando este questionou a sabedoria de Deus e dos seus desígnios. O cristianismo ocidental, também, por tantas vezes tem deixado o raciocínio humano roubar-lhe a dimensão sobrenatural da fé e o senso do mistério de Deus.
Às vezes, as pessoas se tornam excessivamente zelosas e/ou têm uma deficiente hermenêutica bíblica, chegando a torcer e desfigurar o significado de algumas passagens bíblicas, a fim de defender a validade de uma determinada manifestação espiritual ou fenômeno físico que não foi explicitamente mencionado na Bíblia. Por exemplo, muitas pessoas tentam defender a experiência do riso incontrolável, usando este tipo de “prova literal”, contudo este fenômeno não é mencionado especificamente nas Escrituras.
No lugar disto, entretanto, há uma categoria mais abrangente da obra do Espírito Santo, descrita como “alegria indizível e gloriosa” em 1 Pedro 1.8. Por que deveria ser tão surpreendente que uma pessoa ou grupo de pessoas experimentasse a manifestação de um aspecto desta alegria, que, em alguns casos, resulta na experiência do riso incontrolável?
Alguns cristãos sinceros entram em pânico quando ouvem relatos de experiências desse tipo e, instantaneamente, concluem que só pode haver algum engano espiritual por trás disso. Porém, talvez – apenas talvez – a visão que têm de Deus, de seus caminhos e da Bíblia seja muito limitada. Ironicamente, pode ser justamente a hermenêutica deficiente destas pessoas que as conduziu a esta conclusão errônea.
Há uma vasta diferença entre comportamentos que violam princípios bíblicos acerca da natureza da obra de Deus entre as pessoas e comportamentos que a Bíblia não cita explicitamente. Afirmar que é impossível que Deus faça determinada coisa, ou proibi-la de maneira dogmática e crítica, ou rotular algo de maligno quando as Escrituras não o classificam desta forma, é uma prática muito perigosa para homens mortais. Além disso, há muitas coisas que todos nós praticamos que são “extrabíblicas”, mas que jamais consideraríamos “antibíblicas”.
Até consideramos que Deus abençoou a terra, por meio de sua providência, com estas coisas. Seríamos, então, incapazes de discernir entre o bem e o mal? Certamente que não. Entretanto, precisamos de uma abordagem que não seja simplista demais para podermos avaliar o que é válido e o que não é.
Para se rejeitar ou invalidar uma experiência espiritual, cabe ao cético o ônus primário de provar biblicamente que algo seja contrário às Escrituras ou que seja, de alguma maneira, impossível para Deus fazer. Aquele que teve a experiência não tem a responsabilidade primordial de provar aos outros sua validade.
Se o cético não puder provar o erro da experiência, então precisa, ao menos, estar aberto à possibilidade de que vem de Deus; portanto, deve ficar cauteloso e nunca condenar algo sem antes orar, refletir de maneira mais profunda sobre a questão e entrevistar algumas das pessoas que afirmam que sua experiência foi de Deus.
Isso se aplica especialmente a pessoas que realmente amam a Deus e a Bíblia e que afirmam que o Espírito Santo está fazendo uma obra entre elas. Muitos cristãos já testificaram que no início combatiam algo que o Espírito estava fazendo, para somente mais tarde descobrir que se tratava de uma genuína obra de Deus. Só o fato de que os escribas e fariseus, em geral, deixaram de reconhecer o Messias deveria colocar o temor de Deus em nossos corações, pela facilidade com que pessoas religiosas, dedicadas e sinceras podem perder a presença e o mover de Deus.
Infelizmente, muitas pessoas têm a presunção de pensar que nada que esteja fora dos limites de sua experiência pessoal possa ser de Deus – do contrário, por que Deus não o fez em suas vidas também? Isso se aplica principalmente a líderes religiosos que sentem uma constante pressão, seja de si próprios ou de seus seguidores, de “ter todas as respostas”.
É tão difícil perceber a arrogância e a presunção deste tipo de mentalidade? Todos nós precisamos ser como crianças diante de Deus, aprendendo com simplicidade a entrar e a caminhar no reino de Deus.
Para testar a validade de uma manifestação espiritual ou fenômeno, devemos levar uma série de fatores em consideração. Primeiro, devemos examinar a base geral de fé e o estilo de vida daqueles que foram afetados pela experiência (inclusive aquilo que mudou neles). Depois, devemos examinar também estes mesmos aspectos na vida dos instrumentos usados para transmitir a experiência, se realmente existe este fator do instrumento humano. Devemos examinar os frutos das experiências, de curto e de longo prazos, tanto nos indivíduos como nas igrejas. Finalmente, precisamos avaliar se a glória é dada a Jesus Cristo no contexto geral em que o fenômeno está ocorrendo.
Jonathan Edwards, pregador e teólogo americano do século XVIII, citou cinco testes para determinar se uma determinada manifestação devia ser considerada como obra genuína do Espírito Santo. Ele afirmou que Satanás não consegue produzir as ações desta lista na vida das pessoas, e jamais produziria, mesmo que pudesse.
Se pudermos responder “sim” a uma ou mais destas perguntas, então a manifestação deve ser vista como genuína “a despeito de quaisquer objeções (críticas) que se venha a fazer, por causa da estranheza, irregularidade, erros de conduta, enganos e escândalos causados por alguns cristãos professos” (pessoas que se dizem cristãs).
Em outras palavras, Edwards estava dizendo que a presença de alguma mistura humana não invalida, de modo geral, a marca divina sobre uma determinada obra em um avivamento genuíno. Na verdade, a presença de elementos humanos nos avivamentos espirituais e em torno deles é algo que se deve esperar. A seguir, os cinco testes:

Está trazendo honra à Pessoa de Jesus Cristo?
Está produzindo maior aversão ao pecado e maior amor pela justiça?
Está produzindo maior reverência e fome pelas Escrituras?
Está levando as pessoas à verdade?
Está produzindo maior amor por Deus e pelo homem?

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